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Blog da Dra. Maiéve Corralo

"Orelha de abano": Otoplastia põe fim ao apelido




Orelha de abano e os apelidos atribuídos às pessoas que sofrem por malformação de nascença ou deformidade após um trauma nas orelhas.

Dumbo, Topo Gigio, orelhão, orelha de abano são apenas alguns dos muitos apelidos atribuídos às pessoas que sofrem com a malformação de nascença ou deformidade após sofrer um trauma nas orelhas, comprometendo a estética e a autoestima. 

O que nem todo mundo sabe, é que corrigir as assimetrias e angulação desse membro é extremamente simples, com o procedimento cirúrgico chamado Otoplastia.

Otoplastia - como é feita?
 
- A cirurgia é feita com uma incisão atrás da orelha, acompanhando a sua curvatura natural e removendo o excesso de pele. 
- Em seguida são realizados pontos para moldar a cartilagem, tornando a orelha mais flexível. 
- Em alguns casos, também é necessário a remoção da cartilagem para diminuir o tamanho da orelha e melhorar a estética. 
- O procedimento é finalizado com pontos de fixação, internos e absorvíveis, para o fechamento da pele.
- Os pacientes adultos costumam fazer o procedimento em nível ambulatorial, sem internação. 
- Para as crianças, e os adultos que preferem fazer a cirurgia dormindo, a permanência de hospitalização é de 6 a 12 horas. 
- A otoplastia costuma durar cerca de 1 hora, dependendo do caso de cada paciente.


A importância da Otoplastia na infância

A otoplastia é a cirurgia estética mais indicada para a correção do tamanho (macrotia) e formato da orelha (proeminência) de crianças a partir dos 6 a 7 anos de idade, quando já houve a finalização do crescimento das orelhas. Podendo ser realizada em qualquer outra fase da vida. 


Bullying e autoestima

As orelhas de abano estão entre as causas dos atos de intimidação e violência física ou psicológica pelos quais passam os jovens, geralmente em ambiente escolar. 

Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying. A preocupação com o fenômeno fez com que o termo bullying fosse incluído também na Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. 

Os dados apontam que 7,4% dos estudantes já se sentiram ofendidos ou humilhados e 19,8% declararam que já praticaram alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas. 


Quais os riscos?

- Riscos na Otoplastia são raros, se limitando à hematomas, alergias ou infecções, que apesar de raras, são suscetíveis a qualquer cirurgia.


Cuidados necessário no Pós-cirúrgico 

- O uso da faixa de Otoplastia é item fundamental para o sucesso da cirurgia, pois além de proteger as orelhas é ela quem irá mantê-las na nova posição até que a cartilagem esteja cicatrizada.

- Após a remoção do curativo, já é possível observar cerca 60% do resultado, ainda com vermelhidão e inchaço que são normais logo após a cirurgia. 

- A posição e correção das orelhas é imediatamente visível, assim como a percepção de mudança e significativa melhora da autoestima.  

- O processo de cicatrização e redução completa do inchaço pode levar até seis meses. As orelhas costumam desinchar no decorrer do tempo, com quinze dias elas já estarão bem desinchadas.

- É importante reforçar que não há uma regra para o tempo de recuperação, podendo ser um pouco mais rápido ou longo dependendo de cada paciente.


Vou ficar com cicatriz? 

- Na cirurgia de correção de orelha de abano, a otoplastia, as cicatrizes ficam escondidas na junção da orelha com o crânio, na parte posterior da orelha.
- Mesmo em casos onde há a necessidade de incisões na frente da orelha, elas costumam ficar escondidas nas dobras naturais. 
- Apesar de raro, a cicatriz conhecida como quelóide, que tem estética desfavorável, pode ocorrer em alguns pacientes.


Otoplastia pós-trauma 

Além da parte estética, uma lesão na orelha pode vir a trazer problemas auditivos no futuro, caso o paciente sofra outros traumas na região e não procure a ajuda de um especialista.
O hematoma auricular, popularmente conhecido como ??orelha de couve-flor?, é bem comum entre os praticantes de artes marciais e lutadores profissionais. O recomendado é procurar o atendimento especializado para drenar o hematoma logo após sofrer a lesão. 
 

O que fazer

O ideal é que a drenagem seja feita de maneira adequada em um consultório de cirurgia plástica, evitando assim complicações que causam uma deformidade muito maior do que a calcificação do hematoma, que é uma infecção do pavilhão auricular.

A infecção pode fazer com que toda a cartilagem seja absorvida e a orelha fique completamente sem forma e de difícil reconstrução.


O que acontece se eu não cuidar do trauma?

Não corrigir a orelha de couve-flor, ou não drenar os hematomas, pode levar à calcificação, e ocluir o canal auditivo, diminuindo assim a audição. 

Quanto maior o tempo depois do trauma, mais calcificado e mais difícil é a recuperação da forma anatômica da orelha.


Em quanto tempo posso voltar a treinar?

Para a drenagem, depende do tamanho do hematoma. Geralmente entre quatro e sete dias já pode retornar aos treinos. 

Mas atenção, é recomendado o uso do protetor auricular. Neste período, a pele e os tecidos ainda estarão com o edema, inchados. 

Nos casos de cirurgia plástica é necessário que o atleta fique pelo menos 30 dias afastado de toda e qualquer atividade que possa causar um novo trauma na região.


Publicado por:

Dra. Maiéve Corralo

Cirurgia Plástica

Graduada pela Fundação Universidade Federal de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, cirurgia geral no Hospital Federal da Lagoa, no Rio de Janeiro, cirurgia plásticano Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro e cirurgia Cranio maximização no Instituto Nacional de traumato Ortopedia (INTO) no Rio de Janeiro.

CRM: CRM: 52-803880       

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